Por: Carlos Sperança
Voto e energia
Mesmo que isso já fosse possível, nas incertas condições do Brasil e do mundo, o que aconteceria se a indústria nacional saísse da depressão e sinalizasse para um rápido surto de progresso? Nas atuais condições, poderia acontecer de imediato um pipocar de apagões energéticos. Como tudo que não dá voto hoje é cortado ou fica para depois, a infraestrutura sofre, pois as obras fundamentais só serão inauguradas em próximos governos.
Sem planejamento eficaz, entregue ao deus-dará, o problema energético fica em banho-maria, com socorros pontuais (e caros). Com sua captura conhecida desde 1897, a energia solar ganhou em 2000, por ação da ONU e do Conselho Mundial de Energia, um estudo sobre potencial que em duas décadas já deveria exibir um grau de aproveitamento mais expressivo, especialmente na Amazônia, dona de um sol invejável.
É um crime não aproveitar a energia solar, considerando que as gigantescas hidrelétricas construídas em rios daqui nãopriorizam a região. A alternativa em grande parte da floresta é o recurso ao caro e poluente gerador a diesel, um ávido devorador de combustível. O crime salta ainda mais à vista quando se sabe que no Brasil há cerca de um milhão de pessoas sem nenhum acesso à energia elétrica e 99% delas vivem na Amazônia Legal.
Onde há sol e gente é incompreensível não haver energia para integrar as comunidades e aproveitar bem as riquezas da floresta.
Nau dos náufragos
Lembram daquela aliança idealizada pelo ex-deputado federal Nilton Capixaba (PTB-Cacoal), reunindo no mesmo balaio dúzias de candidatos derrotados a Câmara dos Deputados nas eleições de 2018? Os eleitos ajudariam os perdedores sendo contratados com salários polpudos no Congresso. Pois é, torcida brasileira, a tentativa falhou e os derrotados no último pleito se espalharam por diversos partidos governistas, Garçom de um lado, Valadares de outro, Luiz Claudio acolá. Capixaba, certamente não contava com o pix do poder que dizimou a nau dos náufragos.
Tempo de promessas
Em temporada de eleições vem as promessas, as pedras fundamentais de grandes empreendimentos públicos e obras vultosas. Vejam algumas rolando no pedaço: Em Candeias do Jamari, um Centro Administrativo, em Jaru uma nova ponte na BR 364, em Porto Velho um novo Heuro capaz de atender as demandas da saúde rondoniense. Enfim, no horário gratuito vindouro teremos dezenas de promessas e quase todas não serão cumpridas pelos candidatos, sendo a grande maioria dos políticos ocupados em engabelar o pobre eleitorado rondoniense.
Somos cerca de 1.200.000 mil patos, digo eleitores. Pé no Lando Com o ex-governador Valdir Raupp (Rolim de Moura) reabilitado da sua condenação na Operação Lava Jato, tem tudo para ser o candidato ao Senado do MDB em Rondônia. Com isto, o ex-senador Amir Lando (Porto Velho) deverá levar um pé. Certamente ele não contava com a absolvição de Raupp, pois já estava em campanha pelo interior do estado. Restará a Lando reforçar a nominata do partido a Câmara dos Deputados servindo de escada para a reeleição do bolsonarista Lucio Mosquini, atual presidente regional do MDB. A última esperança de Lando é a 3 convenção do MDB, lá tudo pode acontecer. Mas é preciso caprichar no pix.
A terceira via
No plano nacional, com a nau da terceira via a pique, os partidos alinhados União Brasil, MDB, PSDB não se entendem e rejeitam acordo com o PDT e vão às urnas em outubro com as asas avariadas. Ocorre que nenhum dos candidatos dos partidos do chamado centro democrático –Simone Tebet, Luciano Bivar e João Dória – estão dispostos a renunciar a cabeça de chapa. E muito menos o pedetista Ciro Gomes se entrar nesta aliança fadada ao fracasso desde já contras as poderosas candidaturas polarizadoras dos presidenciáveis Lula e do atual presidente Jair Bolsonaro.
Conspirações
Na verdade, nem Lula, tampouco Bolsonaro estão preocupados nesta altura do campeonato com um candidato da terceira via. Quem eles temiam já está fora do páreo, que é o ex-ministro Sérgio Moro, combatido ferozmente pelos robôs petistas e bolsonaristas até ser colocado fora de combate. Petistas e bolsonaristas nem precisam se preocupar com os rivais da terceira via, já que eles próprios, com suas fogueiras de vaidades estão se destruindo e se encaminhando para as convenções do meio do ano desunidos e sem votos para ameaçar os favoritos para o previsível segundo turno, conforme atestam as pesquisas mais recentes.
Via Direta
*** É coisa de louco! Mais um Donadon foi condenado lá pelas bandas de Vilhena, agora o ex-secretário de Obras do município Josué Donadon. Só falta agora os pagagaios, cães e gatos domésticos do clã se encrencarem com a justiça *** Os 4 deputados estaduais Lebrão (São Francisco) e Anderson Pereira (Porto Velho) resolveram disputar cadeiras a Câmara dos Deputados na eleição 2022, enfrentando paradas duríssimas. A concorrência é enorme *** Final de abril e ainda chove em Porto Velho, apesar de dias alternados ensolarados com um calor infernal. São os efeitos das mudanças climáticas *** Os ex-deputados estaduais Herminio Coelho (Porto Velho), Só na Bença (Pimenta Bueno), Glaucioni Nery (Cacoal), Ayrton Gurgacz (Ji-Paraná) já estão no trecho buscando voltar ao pódio,retomando suas cadeiras na Assembleia Legislativa.
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