O projeto ambiental Quelônios do Guaporé, desenvolvido em São Francisco do Guaporé (RO), completou 21 anos ajudando na preservação de tartarugas e tracajás. Em novembro registrou um recorde de nascimento de filhotes: 80 mil tartarugas desovaram na região.
O Vale do Guaporé é um dos cantinhos da região amazônica em que a natureza foi uma mãe generosa. Uma riqueza de biodiversidade para onde quer que se olhe. Fica em Rondônia, na fronteira do Brasil com a Bolívia, esses quilômetros de água doce são maternidades e berçários naturais para a tartaruga da Amazônia.
Projeto Quelônios do Guaporé em 2020: local é berçário de tartarugas — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Em um raio de 30 quilômetros as sete praias, sendo cinco do lado brasileiro e duas do lado boliviano, fazem parte do Projeto Quelônios do Guaporé. Há 21 anos os próprios moradores da região dão uma "mãozinha" para ajudar milhares de filhotes a sobreviverem.
"Quando a gente começou a trabalhar já quase não existia mais tartaruga e nem tracajá. No quarto ano a gente começou a notar resultado. E daí pra cá o resultado só continua", diz Jorge Feliz Calazan, colaborador do projeto.
Filhotes antes da soltura em Rondônia — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Pelo cálculos da ONG responsável pelo projeto 80 mil tartarugas desovaram no mês passado. A média é de 100 ovos por ninho, o que pode representar até 8 milhões de filhotes. É um grupo gigante que ainda vai enfrentar ação dos predadores naturais, como jacaré.
Assim que nascem elas são levadas para cercados para que peguem sol e percam o cheiro de pitiú, um odor característico que atrai o predador natural.
A soltura das tartaruguinhas é o momento mais esperado por toda comunidade envolvida no projeto. Depois de passarem alguns dias recebendo cuidados e alimentação elas ficam mais resistentes e as chances de sobreviver aumentam de 3% até 5%.
Fonte: G1RO
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